De fato, a defasagem no ensino é uma realidade sobre a qual toda escola deverá medir e agir para oferecer uma boa formação dos alunos nos próximos anos.
Este problema ainda está muito presente na educação brasileira. O desenvolvimento, a formação e o aprendizado são os aspectos que mais têm sido afetados. Desta forma, é de suma importância que esses fatores sejam identificados e resolvidos o quanto antes, pois poderá trazer implicações no futuro acadêmico do estudante. O profissional da educação exerce um fator essencial neste processo, uma vez que faz parte do seu trabalho avaliar e identificar os fatores que contribuem para as dificuldades do processo de aprendizagem e com isso, traçar um planejamento no qual o aluno retorne ao seu rendimento.
O que é a defasagem escolar?
A defasagem escolar é entendida como a distância entre o que um estudante tem de capacidade e o que ele deveria entregar de desenvolvimento em seu atual ano letivo.
É o grande problema do aluno que está “atrasado” na escola. Por isso, cabe estar sempre aferindo o quanto de conhecimento, que ele aprendeu, para sua série atual.
Por exemplo, o aluno consegue aprender e se desenvolver para ir bem no 6º ano do Ensino Fundamental 1. Porém, quando chega no 7º deste segmento, não consegue ter um bom desempenho. Desta forma, ele não consegue manter um nível de aprendizagem que garanta boas colocações e médias em suas avaliações também nos anos posteriores.
É necessário um acompanhamento dos profissionais para evitar esse desnível de aprendizado de um ano para outro.
Nesse ponto, o mais grave é o aluno começar a se desmotivar por não conseguir acompanhar o desenvolvimento assim como da turma que faz parte. É neste momento que pode ocorrer a evasão.
“É a grande questão do aluno que está “atrasado” na escola. Por isso, dá-se a importância de o processo avaliativo ser embasado por diferentes maneiras de se avaliar, ou seja, de instrumentos avaliativos diversificados e qualitativos, para que – através das avaliações, seja possível identificar em qual etapa o aluno está em relação ao conteúdo e pensar em metodologias para retomar de diferentes frentes os conteúdos que ainda não foram internalizados.” Ana Beatriz da área pedagógica e relacionamento do Sistema de Ensino GPI.
Pensar as principais causas da defasagem escolar é vital para prática pedagógica. Pois, sem esse entendimento, fica muito inviável para o professor executar as ações necessárias para prevenir e corrigir problemas relativos a essa causa.
Um dos casos bastante relevante nesse processo é a falta de esclarecimento necessário do estudante ao conhecimento. O aluno não recebe apoio e orientações suficientes a respeito de um determinado assunto ou disciplina, e isso dificulta o seu aprendizado. Outro motivo é a desmotivação e baixa autoestima do estudante. Desta forma, os alunos entendem que não conseguem aprender por culpa sua, o que afeta psicologicamente e traz um resultado negativo no aprendizado.
É muito comum que esses estudantes achem que têm algo de errado, que não têm capacidade de aprender. Eles têm uma tendência a não buscar a ajuda do professor para conseguir driblar essa defasagem. Sendo assim, regularmente os alunos que não conseguem mais acompanhar as disciplinas acabam evadindo.
Existem diferentes abordagens que podem ser utilizadas para resolver a questão da defasagem escolar entre os alunos. De modo geral, a ação mais efetiva é tomar medidas de prevenção antes que ela se consolide. Fazer reforços imediatos com alunos com alguma dificuldade está entre as ações possíveis neste sentido, uma vez que o estudante tem suas dificuldades de aprendizagem identificadas logo que elas surgem. Então, corrigir essas dificuldades e garantir que o aluno consiga acompanhar a turma torna-se mais fácil.
Outra medida que já foi adotada no Brasil é a criação de classes de aceleração. São turmas criadas à parte das classes regulares, onde alunos que apresentam defasagem são reunidos, com objetivos de sanar questões mais marcantes em cada aluno.
Nessas classes, os alunos que apresentam alguma dificuldade passam por um processo de ensino diferenciado, que o possibilita aprender de forma mais eficaz e significativa, até ao ponto de alcançar a turma de estudantes que estão caminhando com regularidade.
Assim, a escola consegue recuperar os alunos e prevenir uma solidificação dessa desigualdade na aprendizagem dos estudantes, bem como possíveis evasões escolares.